quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

As bagagens inúteis

É bem verdade que carrego bagagens inúteis no meu coração, mas eu confesso que não é fácil se livrar delas. Certos sentimentos estão tão agarrados... Que parece até que fazem parte de mim... Quando é necessário aprender a ser adulto quando ainda somos crianças, uma parte de nós permanece esquecida num canto qualquer. Sabe aquela parte de você que te diz que a vida deve ser vivida de forma mais leve, mais despretensiosa e mais espontânea? Então, é disso mesmo que eu estou falando.
Enquanto as pessoas curtem o momento, você está ali tentando ajudar a todos, tentando corrigir os problemas do mundo e simplesmente esquecendo que você também existe e precisa de ajuda. Sempre me senti assim, responsável pelas pessoas, o amigo da vez. Nunca relaxo em momento algum, sempre estou tensa com algo e é daí que vem parte da minha sensação de que devo ser impecável em tudo. É uma atitude que precisei assumir para me manter sã no mundo em que vivo, entende?
Acontece que eu cresci e ainda não aprendi que não preciso carregar o meu relacionamento com a minha família para todos os relacionamentos que tenho na vida. O que isso quer dizer? Que eu posso ser eu mesma hoje, coisa que nunca fiz nesses anos todos. Não preciso mesmo agradar a todos o tempo inteiro, porque isso me faz infeliz e não me leva a lugar algum.
Dói, mas preciso aprender a abrir mão daqueles sentimentos que não terão retorno. Certas vias tem sentido único e insistir em andar na contramão, querendo acreditar que as pessoas mudarão um dia, só me trará infelicidade e angustias... Chega o momento em que é preciso me livrar daquilo que me incomoda e aceitar as pessoas como elas são. Preciso aceitar o fato de nunca vou ter sentimentos retribuídos da forma que eu gostaria. E quem tem, afinal?
Quero muito me livrar dessas bagagens, nem que seja necessário arrancar um pedaço de mim mesma por um tempo... Preciso começar a fazer isso um dia e acho que esse dia chegou!

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